quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Pérolas petistas
Como já disse aqui reiteradas vezes, criticar o governo, o PT e sobretudo o próprio Lula hoje em dia, é chover no molhado. É misturar críticas eventualmente fundamentadas – e espero que ninguém ache que não há críticas a fazer – com as mal-intencionadas e injustas que o presidente e seu grupo político sofrem ininterruptamente na mídia.
Porém, levar essa postura ao extremo de recusar fazer certas críticas indispensáveis, que inclusive podem ajudar o país, só para não engrossar a gritaria petefóbica e lulofóbica, pode ser pior.
Vejam bem essa situação da economia brasileira diante da crise internacional. A mídia está deitando e rolando em cima da frase de Lula sobre a “marolinha” que seria essa crise no Brasil, assim como deitou e rolou sobre o “relaxa e goza” de Marta Suplicy ou sobre os “aloprados” do presidente.
Quando se vê que há problemas localizados na economia, problemas que, diante de um quadro de caos mundial, obviamente preocupam as pessoas, a metáfora sobre a “marolinha” pode ser usada – e vem sendo usada – para vender aos incautos a idéia de irresponsabilidade do presidente diante de um problema tão grave.
Quando algumas montadoras de automóveis, que vinham trabalhando a plena capacidade, vêem suas vendas refrearem – e não por falta de interesse do consumidor em comprar-lhes os produtos, mas devido aos bancos não financiarem as operações comerciais por excesso de exigências cadastrais aos consumidores – e então essas indústrias começam a dar férias coletivas e até a fazer algumas dispensas, a metáfora sobre “marolinha” se torna uma piada de humor negro.
Olhando no contexto correto, porém, ter-se-á que admitir que a situação do Brasil hoje no cenário mundial, é excelente. As previsões mais catastrofistas para a economia que vi até aqui não traçaram nenhum quadro preocupante como os que se vê pelo mundo afora. Os números e o ritmo de muitos setores da economia chegam a mostrar crescimento de atividade. Com crise e tudo.
Claro que há problemas em muitos setores, como o de carros novos ou o da construção civil, mas são setores que já ensaiam reagir e para os quais o governo vem adotando medidas para suprir-lhes as necessidades.
Pode-se dizer, e sem ousar muito, que esses setores também têm perspectiva próxima de retomada de um nível melhor de atividade, ainda que não venha a ser o nível anterior, que inclusive as autoridades econômicas já diziam que estava alto demais.
Digo a vocês que, ao comparar as desgraças que estão acontecendo nas grandes economias mundiais, com demissões em massa, redução do PIB – vejam, não é desaceleração do crescimento, mas índice NEGATIVO do PIB – e problemas similares até em muitos países ditos “emergentes”– que, inclusive, estão tendo até que recorrer ao FMI –, chego a achar até apropriada a metáfora sobre “marolinha” para a forma como a crise chegou ao Brasil.
Vejam bem, estou comparando os efeitos que o resto do mundo JÁ SOFREU com os que o Brasil JÁ SOFREU, e os fatos mostram que uns e outro sofreram de forma bem diferente. Assim, mesmo se a crise por aqui se agravasse – o que acho que não será o caso –, o que aconteceu até agora no mundo e no Brasil são coisas diferentes ao extremo. Negar isso é má fé, pilantragem ou burrice extrema, pois os números e os fatos todos estão aí para quem quiser enxergar.
Se não é marolinha, a crise por aqui pode ser até um mar encapelado, mas não mais do que isso. Tsunami arrasa, marolinha nem dá para notar, mas o que estamos sofrendo dá para dizer que não vai nos afogar.
Em mar encapelado – que, aliás, é uma metáfora sofrível –, é possível atravessá-lo incólume se o capitão do barco for bom. E o nosso capitão, pelo menos até aqui, tem se mostrado muito bom. Pena que fale demais ou de menos, sempre na hora em que deveria fazer o contrário.
Não tem jeito, a crítica precisa ser feita para ver se o PT acorda: essas pérolas petistas só servem para alimentar as imprensas partidárias de São Paulo e do Rio e, em seguida, a oposição, que daí passa a repetir o que a imprensa diz – ou seria o contrário?
Escrito por Eduardo Guimarães às
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Vinte vereadores não têm o direito de legalizar o ilegal
Ontem, na Câmara Municipal de Porto Alegre – das tantas instituições suspeitas, neste País e neste Estado – um dos vereadores, precisamente um que se intitula “Doutor” (não cito o seu nome para não emporcalhar os olhos de quem lê esse blog), saiu-se com a seguinte sentença:
- O projeto Pontal do Estaleiro não é magnífico, é mais que magnífico, é magnânimo!
Magnânimo para quem, senhor representante da privataria do solo urbano de Porto Alegre? Para quem?
O ato falho do “Doutor” revela quase tudo do que está nas sombras e dobras da votação de ontem que aprovou por maioria de 20 a 14 a construção de um condomínio privado na Ponta do Melo, antiga sede do falido Estaleiro Só.
De qualquer forma, a corrida frenética por posições vantajosas na ocupação territorial das cidades está em franco andamento. Esse fenômeno pode ser descrito como uma corrida do ouro ou febre do solo urbano, onde poucos querem ganhar muito, e aproveitar as vantagens que pingam dos movimentos do capital em busca de realização de lucros.
Neste sentido, vereadores oriundos de classes humildes, semi-alfabetizados, toscamente politizados e turbinados por imaginários fantasiosos de ascensão social aos truques – nem sempre pautados pela ética - tornam-se presas fáceis de investidores inescrupulosos.
De resto, o que está posto hoje em Porto Alegre, e em todas as cidades brasileiras que experimentam processos similares, é o seguinte: todo e qualquer incremento de desenvolvimento local – mantidas as correlações sociais vigentes – implica uma transferência de riqueza e chances de vida, da população em geral para os grupos rentistas e seus associados.
Ontem, os vinte nobres edis adeptos do urbanismo de resultados promoveram um encolhimento (ilegal) do espaço público na cidade. Em nome do quê, mesmo?
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Na fria noite de Berlim...
"Na fria noite de Berlim, eu recebo a notícia: Luiz Paulo se foi “para o país do eterno olvido”, como dizia o grande poeta gaúcho Aureliano de Figueiredo Pinto.
Luiz Paulo de Pilla Vares (assim conheci seu nome, nem sei se era o exato), um dos melhores homens que conheci, um dos mais brilhantes jornalistas que vieram à letra, uma pessoa cheia de fragilidades e de encantos, mas numa combinação de inteligência e sensibilidade que a poucos foi dado viver.
Luiz Paulo carregava com ele aquela luz do amanhecer das culturas. Tinha também o crepúsculo doído dos que sofreram na vida, a gente via no seu olhar. Mas era tudo pelo mais melhor de bom, porque se Luiz Paulo tinha alguma qualidade, era a de que ele era o mais melhor de bom.
Nunca vi coração mais largo. Se teve estreitezas, que jogue a primeira pedra quem nunca teve alguma. Luiz Paulo era bonito. Carregava naqueles olhos claros a esperança de um mundo possível, cheio de coisas boas. O socialismo do Luiz Paulo era o melhor que a gente podia ter. Era um socialismo cheio de democracia, cheio de povo, cheio de gente contente, nada de burrocracias, nada de totalitarismos, nada de donos da verdade, nada de donos de campinho.
A última vez que vi Luiz Paulo foi na Casa de Cultura Mário Quintana, em 2002. Brindamos um café juntos. Foi um brinde olho no olho, sem dúvidas nem problemas. Lembramos dos tempos em que morávamos na mesma Porto Alegre, aquela dos bondes e do Guaíba rumorejando nos nossos ouvidos, nas frias noites de inverno ou nas cálidas manhãs de verão.
Lembramos de nossos sonhos de ter um cinema generoso que retratasse o nosso Rio Grande de modo criativo, nem deprê, nem eufórico. Luiz Paulo era o melhor de nós, era o que de melhor havia em nós, povo gaúcho entregue às lides e às margens das fronteiras, aos rudes falares contra o vento, às cerrações de outono e das ditaduras, aos punhais de inverno que cortavam nossos junhos e nossos corpos e espíritos nos cárceres.
Contra tudo, Luiz Paulo erguia seu peito pequeno, mas amplo como um céu estrelado. Naquele dia, na Casa de Cultura, Luiz Paulo vestia sob o paletó um colete cinzazul, estava frio, nem tanto, mas o suficiente para que aconchegássemos as golas sobre os pescoços. Ele me falou de seus projetos de secretário e de vida. Luiz Paulo era um homem de projetos, ele era um projeto, era um projeto do homem do futuro.
Luiz Paulo era um homem de coragem, como diz o Ney Matogrosso, um homem com h. Eu sei que ele amou profundamente a vida e na vida. Amou o amor, amou seu povo, amou o futuro. E o socialismo, que ele nunca abandonou. Luiz Paulo, os antigos povos do pampa acreditavam que as almas dos bravos corriam pela esteira da Via-Láctea, em que eles viam uma extensão dos nevados píncaros dos Andes, atrás de uma linda ema simbolizada pelo Cruzeiro do Sul.
Sei que lá estás, correndo eternamente atrás de teus ideais. Que são os nossos. Reza por nós. Reza de ateu vale mais".
pescado do rs urgente.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
A SEDE DA UNE E AVANÇOS DEMOCRÁTICOS
Atualizado em 22 de agosto de 2008 às 12:18 | Publicado em 22 de agosto de 2008 às 12:06
por ALTAMIRO BORGES, em seu blog
Na semana passada, o presidente Lula participou da solenidade que reconheceu oficialmente a responsabilidade do Estado no incêndio e demolição da sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES). A sede, localizada na Praia do Flamengo (RJ), foi um dos primeiros alvos dos generais golpistas de 1964. Ela foi incendiada e, em 1980, o general João Batista Figueiredo ordenou a sua demolição. Com essa atitude corajosa, que já enfurece os setores conservadores da mídia, o governo Lula dá mais um sensível passo no processo de consolidação e ampliação das liberdades democráticas no Brasil.
“O mesmo Estado que destruiu a sede, tradicional reduto político e cultural da juventude, está agora, mais de 40 anos depois, reparando os danos causados e devolvendo aos estudantes aquilo que lhes foi tirado e que lhes é de direito”, festejou Lúcia Stumpf, presidente da UNE. Esta foi a segunda visita de um presidente da República à sede das entidades em seus 71 anos de lutas por democracia, soberania e justiça – a primeira foi de João Goulart, pouco antes do golpe de 64. Na emocionante solenidade pública, Lula também assinou o projeto de lei em que a União assume que indenizará as entidades estudantis em até R$ 36 milhões para a reconstrução da sede.
“Reparar os danos” do passado
Em seu discurso, Lula reafirmou o seu compromisso com a ampliação da democracia e o respeito aos movimentos sociais. “Tenho orgulho de reparar o dano causado à UNE”. Após conhecer a maquete do novo prédio, um projeto arquitetônico presenteado pelo renomado Oscar Niemeyer, o presidente afirmou que estará presente quando for assentado o seu primeiro tijolo. A UNE e a UBES devem agora intensificar a campanha “Meu apoio é concreto”, que visa garantir a rápida tramitação do projeto de lei e já conta com a adesão de mais de 400 deputados e 50 senadores.
O reparo aos danos causados pela ditadura às entidades estudantis é uma conquista democrática da mais alta relevância. Ela se soma a outra expressiva vitória recente – o reconhecimento das centrais sindicais dos trabalhadores. Pela primeira vez na história do sindicalismo brasileiro, as centrais terão vida plena, participando das negociações dos grandes temas nacionais e contando com recursos para as suas atividades. No mesmo rumo da ampliação da democracia, o governo decidiu enfrentar o delicado debate sobre a punição dos crimes de tortura no período ditatorial. A reação da direita militar e civil é violenta, mas o assunto já retornou ao cenário político nacional.
Pescado do Vi o mundo do Azenha
sábado, 26 de julho de 2008
Líder da Revolta da Chibata recebe anistia 39 anos após a morte
Mestre-Sala dos Mares
(João Bosco e Aldir Blanc)
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar apareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos negros
Entre cantos e chibatas
Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro gritava, então:
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias,
Glória à farofa, à cachaça, às baleias,
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esqueceram jamais.........
Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
(Mas, salve...)
Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
segunda-feira, 7 de julho de 2008
BLOG NÂO É CONCESSÃO PÚBLICA!
Eu comprei o meu computador e meu laptop, paguei com o meu dinheiro, que nunca recebi de nenhum governo, pois nunca fui funcionária de nenhum governo, de nenhum partido político e de nenhum político. Eu pago o meu provedor, pago minha banda larga, pago a minha conta de luz. Pago caro. E o TSE vem dizer que meu blog é concessão pública? Quer calar os internautas,impedir o debate, as denúncias e os elogios aos candidatos às eleições? Vão me impedir de espalhar aos quatro ventos que Marta foi a melhor prefeita que SP já teve, ou que Serra, Kassab, Alckmin, Maluf, foram e são os piores governantes e candidatos? Eu desafio o TSE a provar que o meu blog é uma concessão pública. Jornais e revistas recebem dinheiro dos governos como pagamento de publicidade, recebem benesses fiscais dos governos, publicam matéria pagas pelos governantes, candidatos, partidos. São pagos sim, até com dinheiro desviado de estatais, por baixo do pano, para elogiar este ou aquele candidato que mais lhes convém, que mais será rentável no futuro. Alguém duvida que a PIG está envolvida nessa idéia besta do TSE? Eu não duvido, aliás tenho certeza. Os blogs oferecem notícias de graça aos seus leitores, informações preciosas que as revistas e jornalões omitem propositalmente, ou às quais não dão o devido destaque porque não lhes convém, não convém que o povo saiba. Os blogs fizeram uma enorme diferença na eleição de 2002 e principalmente na de 2006, quando o governo Lula foi massacrado diariamente pela mídia. A blogosfera lulista-petista atuou na defesa do presidente Lula, do governo Lula, pelo resgate da verdade, da informação, do esclarecimento, com artigos que a mídia escondia. Isso incomodou muito a mídia, os jornalões e as revistas semanais tidas como formadoras de opinião. Opiniões pagas, manipuladas. Muitos blogs foram criticados pela mídia, por pseudo-jornalistas, por políticos opositores, inclusive o meu. Afirmo e reafirmo: o meu blog não é concessão pública. Mantenho o meu blog por acreditar que um Brasil melhor é possível, com crescimento, emprego e renda. Porque sonho com um Brasil mais justo, mais solidário, mais humano, com menos desigualdades sociais, livre e soberano. O meu direito de livre expressão é garantido pela Constituição e dele eu não abro mão. Escrito por Jussara Seixas
Postado por DANIEL PEARL às 18:03:00 1 comentários Links para esta postagem
quinta-feira, 3 de julho de 2008
SOBRE O QUE NÃO ESTÁ A VENDA
Santiago/RS:
O Secretário Geral do PMDB local, meu amigo Márcio Brasil, rompeu com a direção do partido e declarou seu apoio á candidatura de Júlio Cezar Prates, do PT.
Em um belo manifesto, no qual se posiciona contra o conservadorismo dos caciques locais, e a coligação com os maiores adversários do governo Lula, do qual o PMDb faz parte da base de apoio.
Ressalta em seu manifesto as conquistas sociais alcançadas durante esse governo e a submissão do anterior aos desmandos do capital extrangeiro, a ruína que causaram a infra-estrutura do país e os recentes escândalos de corrupção da aliança PSDB-DEM (PFL) no governo do Estado.
SEGUE O "MANIFESTO" de Márcio Brasil: blog: http://www.marciobrasil7.blogspot.com/
Domingo, Junho 29, 2008
No início desse ano, concedi uma entrevista ao blog de Júlio Prates, onde externei um pouco de meu pensamento política. Como você pode conferir aqui.
Ao declarar que não iria me candidatar (pois antes preciso me construir muito mais e me qualificar como ser humano e como ente político), um companheiro me disse. "Mas tu tem que ir. Tu deve fazer tantos votos e aí pode ganhar uma secretaria". Pô, que saco. Eu não tenho vontade de entrar numa disputa com propósito de ganhar cargo e rechaço por completo essa história de "uma secretaria para tal partido, duas para o outro". Sou contra a profissionalização política. Sou contra cabides de emprego. Sou contra pessoas desqualificadas ocupando qualquer cargo que não estejam habilitadas para tal. E vejo com o maior nojo que pessoas que falavam mal do candidato do PSDB, hoje se achegam debaixo de suas asas e lhe elogiam até o cheiro das axilas (Avanço?), vislumbrando uma possibilidade de vitória. E, consequentemente, de ganhar cargos. Isso dá nojo e, para mim, não serve.
Se isso vai acontecer ou não, não sei. Mas que determinados aliados políticos espalham que isso vai acontecer isso é verdade. E, sinceramente, não gosto do que ouço. Não me agrada nem um pouco. Outra, sempre procurei manifestar que eu tinha interesse em contribuir com idéias nas mais diversas áreas. E sei por compartilhar tais idéias com amigos intelectuais e historiadores de que tais idéias seram bastante propícias. No entanto, verifiquei às duras custas que, muitas vezes, dentro de um partido não se valoriza tanto se tu tem idéias e se tu tem conteúdo. Interessa se tu é da parceria. Outro dia, ousaram me questionar o porquê de eu integrar um grupo chamado "Movimento Juventude com Atitude", onde não inseri nenhum aspecto político dentro do grupo e me cobravam por isso. Sabe por que nunca inseri nada disso? Porque não queria que um dia alguém viesse me dizer o que fazer. Como vejo que teria acontecido, caso tivesse interido o nome de sigla à frente do grupo. E, outra, sabia que se eu não inserisse siglas, levaria o grupo para onde fosse e ele poderia existir sem mim. Por essas posturas, é que não sou tido como parceiro. Porque não digo amém para pensamentos arcaicos e prepotentes. O que sou na vida, devo ao meu pai, a minha família e aos meus amigos. Não a cabrestos partidários.
E, sinceramente, parceiro de pensamentos elitistas, eu não sou. Sou da revolução. Sou da igualdade. Sou da justiça. Não senti que minhas idéias fossem valorizadas. Nem tampouco, senti que as idéias da juventude eram apoiadas. Parece que a juventude serve para segurar bandeirinhas, para ser cabo eleitoral, mas não para participar das decisões. Isso é subestimar a tantos que poderiam contribuir.
A recente decisão das lideranças do PMDB de apoiarem a candidatura do PSDB ao executivo municipal de Santiago é duvidosa, confusa e questionável.
Primeiro, porque joga-se o PMDB na lata do lixo da história, capitulando para quem até há pouco era considerado, um algoz. A decisão ignora a própria história do Partido em Santiago, conquanto todos sabem que a cisão fratricida foi criada na época em que Vulmar Leite era prefeito, quando saiu do PMDB e criou o PSDB.
Portanto, num solene desprezo para com a História e num ato de capitulação política, os dirigentes atuais colocam o partido como coadjuvante no processo, inclusive, contrariando decisão unânime do diretório há cerca de dois meses de que o PMDB deveria ter canditura própria ou, em caso de coligação, estar à frente da chapa. Era essa a decisão que apoiávamos sob qualquer hipótese. Até mesmo porque, dos partidos de oposição, o PMDB foi o que mais se renovou em seu quadro de filiados, administrou a Câmara de Vereadores, assumiu a presidência do Corede e promovou cursos de formação e qualificação política. Tudo para bem preparar os seus quadros e, honrando a história do partido, defender uma proposta coerente, lógica e evolucionista para Santiago. Mas não foi o que acabou acontecendo.
Assim, integra-se a coligação, descaracterizando-se politicamente, visto que o PSDB e o DEM são os maiores adversários das políticas públicas patrióticas e comprometidas com os setores populares do Brasil, as quais estão sendo implatadas pelo Governo Federal, no qual o PMDB integra a base aliada de Lula.Assim, ao aliar-se com seus adversários no plano nacional, os peemedebistas locais jogam contra os interesses maiores da nação e das políticas que beneficiam a sociedade e os jovens.
Nunca o Brasil esteve tão bem, tão próspero e tão alvissareiro. Os jovens da nossa região hoje tem respostas do poder público; e aí está o PRO-UNI, permitindo o acesso dos pobres à universidade, aí está a UNIPAMPA, uma universidade pública federal fornecendo ensino superior gratuito em nossa região, aí está o CEFET, com ensino superior tecnológico, em suma, aí estão políticas públicas no campo do ensino superior que atendem as demandas da juventudade e são bem diferentes daquelas da era FHC, do PSDB, que cultivava o sucateamento do ensino público e privilegiava o ensino privado, apenas aumentando os ganhos dos donos de universidades e daqueles que fazem da educação uma mercadoria.
As estradas no governo FHC eram intransitáveis. No governo Lula, aí está a diferença. O campo recebeu o “LUZ PARA TODOS” e foi uma revolução no meio rural. Hoje existe micro-crédito para o pequeno e médio, existem recursos do sistema financeiro de habitação para os setores médios e pequenos. A economia do Brasil vai bem, temos até dinheiro de sobra para quitar a dívida externa. O salário mínimo adquiriu novamente poder de compra. Existe comprometimento real com os setores pobres e açoitados.
Em suma, é inconcebível para quem tem discernimento político, fomentar uma aliança com tucanos e democratas. E nem estamos falando no governo de Yeda Crusius que enfrenta uma forte crise, recebendo pesadas críticas da sociedade gaúcha, um governo inimigo do social e que tem imposto uma política de arrocho salarial contra os professores e funcionários, policiais civis e militares, funcionários da CORSAN, da SUSEPE e demais setores do funcionalismo público.
Portanto, não compactuo com essa coligação, e de minha parte discordo dessa coligação que ora se apresenta. Conforme está descrito na constituição federal, "todo poder emana do povo". Portanto, não posso crer que doutores, advogados e coronéis possam apresentar qualquer proposta que realmente contemple o povo, que beneficie a população pobre e que venha realmente a sanar as dificuldades que as pessoas carentes de minha cidade enfrentam. Desde já, chamo os setores históricos do PMDB- como o dr. Antônio Valério da Rosa (que nos manifestou seu apoio irrestrito)- os setores lúcidos e não capituladores, a cerrarmos fileiras ao lado do Partido dos Trabalhadores, hipotecando nosso apoio a candidatura de Júlio César Prates a Prefeitura de Santiago. Único dos candidatos que está formado pela URI e que, desde já, apresenta propostas diversas para a construção de uma administração evolutiva com mais trabalho e dignidade para todos. Enfim, só posso crer naquilo que vejo. Só posso ter fé naquilo que sinto segurança. Só posso apoiar aquilo que meu coração diz que é o caminho mais digno. Portanto, é essa a minha decisão, como presidente da juventude do PMDB de Santiago. E aproveito para escrever um texto longo para gastar o tempo dos companheiros que adoram monitorar e imprimir meu blog, com intuito de tentar bloquear o meu pensamento e fazê-los gastar um pouco de tinta da impressora e páginas de ofício. Tenho um arsenal de pensamentos e a escrita é a minha arma, à favor de uma sociedade justa e que olhe mais pelos necessitados e menos para os coronéis. E, afinal, esse é o meu blog, onde escrevo sobre o que eu penso, acredito e defendo.
sábado, 28 de junho de 2008
PORTOCARRERO NA CONVENÇÃO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES
Na Convenção petista, no dia 28 de junho de 2008, José Afonso Botura Portocarrero discursa aceitando sua indicação a vice-prefeito na frente junto ao PR e PMDB.
Vencedor das prévias, optou por trocar a candidatura própria pela frente tendo em vista a unidade partidária, ameaçada por divergências internas.
Na convenção também foram aprovados os nomes de 22 companheiros e companheiras que farão a chapa de vereadores buscando a ampliação da Bancada Petista hoje composta pela Vereadora Enelinda Scala e o Vereador Ludio Cabral.